Notícias locais

6 de fevereiro de 2023

FecomercioSP atua pela derrubada da norma que criou “revogaço” dos benefícios fiscais do ICMS em São Paulo


Federação defende que governo paulista sancione lei que muda entendimento sobre alíquota; na prática, norma de 2020 gerou aumento de imposto sobre itens básicos

Um projeto de lei estadual (PL 82/2021), que aguarda sanção em São Paulo, atende a uma demanda antiga das empresas paulistas: um fim a toda a insegurança causada pelo “revogaço” dos benefícios fiscais do ICMS no Estado, plano que ganhou força em 2020 e que afetou não somente os negócios, mas, sobretudo, os consumidores mais vulneráveis.

O PL extingue o artigo 22 da Lei Estadual 17.293, que, em 2020, possibilitou ao governo paulista reduzir incentivos fiscais relacionados ao ICMS. O artigo ainda determinava que qualquer alíquota fixada abaixo de 18% fosse considerada um benefício fiscal. Na prática, isso abriu caminho ao aumento de impostos, até mesmo de itens essenciais, como alimentos.

O Conselho de Assuntos Tributários (CAT), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), solicitou ao governo paulista a sanção do PL, aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em dezembro. A sanção atenderia à mobilização do setor produtivo, em curso desde 2020, e seria uma decisão acertada no sentido de garantir mais previsibilidade ao setor produtivo paulista.

O Federação destaca que, entre os itens com alíquotas do ICMS abaixo de 18%, uma parcela significativa é essencial para o consumo – cesta que engloba desde alimentos a materiais básicos para construção, principalmente as populares. Trata-se de itens que comprometem um montante relevante do orçamento das pessoas com renda mais baixa.

Em 2020, a FecomercioSP e diversas empresas que integram seus conselhos se mostraram totalmente contrárias ao avanço do projeto, diante do risco de aumento de tributos sobre os preços de carne, leite e outros alimentos. Três anos atrás, logo após a Lei 17.293/2020 ser sancionada, foram editados diversos decretos estaduais que resultaram em aumento da carga do ICMS, em afronta à própria lei que criou o ICMS e que delimita os patamares de alíquota para cada produto ou serviço.  O próprio governo chegou a editar decretos para suspender o reajuste do ICMS sobre medicamentos genéricos, produtos hortifrutigranjeiros e insumos agropecuários, diante da confusão causada pela mudança, mas a medida foi insuficiente.

A Federação lembra ainda que a Lei 17.293/2020 tem características inconstitucionais acerca da separação dos poderes – como permitir que as alíquotas do ICMS sejam alteradas pelo Executivo, o que representa uma substituição do parlamento paulista na função legislativa. Nem mesmo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) poderia mudar uma regra neste sentido.

A FecomercioSP, inclusive, se reuniu com a Secretaria da Fazenda e Planejamento, em 2021, diante dos prejuízos econômico e social que isso traria em um dos momentos mais graves da pandemia.

Além da FecomercioSP, diversas entidades apoiam a sanção do PL 82/2021:

ABIIS – Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde

ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde

ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos

ABRAIDI – Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde

ABRAMED – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica

ANAHP – Associação Nacional de Hospitais Privados

CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial

COMSAUDE FIESP – Comitê do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia – FIESP

FBH – Federação Brasileira de Hospitais

FEHOESP – Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo

SINDHOSP – Sindicato dos Hospitais, Clinicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Analises Clinicas no Estado de São Paulo

SINDUSFARMA – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos

Fórum Paulista do Agronegócio e OCESP

Voltar para Notícias

parceiros