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28 de outubro de 2024

E-commerce sustenta crescimento pós-pandemia e deve registrar vendas recordes em 2024,


No ano passado, receitas do setor chegaram a R$ 205,1 bilhões, montante quatro vezes maior do que sete anos atrás; São Paulo é destaque tanto nas vendas como no consumo

 

 

O comércio eletrônico brasileiro vendeu, em 2023, o maior montante da sua história, segundo um grande estudo produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No total, as receitas somaram R$ 205,1 bilhões — expansão tímida de 0,2% em relação a 2022 [gráfico 1]. É significativo que, há sete anos, esse montante era quatro vezes menor (R$ 53 bilhões em 2016, considerando a inflação). Tão relevante quanto é o fato de o e-commerce ter consolidado a própria posição no varejo nacional, representando o equivalente, atualmente, a 6,9% de todas as vendas desse imenso setor que dinamiza a economia do País e tem força relevante na composição do Produto Interno Bruto (PIB). Sete anos atrás, esse porcentual era de 2,4% [gráfico 2].

 

O smartphone foi o produto campeão de vendas de 2023, com um volume de compras de R$ 10,8 bilhões no setor. Esse valor é quase o dobro da segunda mercadoria mais adquirida pela internet no ano (livros e impressos semelhantes), somando R$ 6,7 bilhões. Na sequência, estão aparelhos de televisão (R$ 5,6 bilhões) e geladeiras (R$ 5,3 bilhões).

 

 

O estudo foi produzido com base em uma série de relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional — ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (MDIC) —, no IBGE e em números coletados pela própria FecomercioSP.

 

 

Na análise da Federação, a pandemia de covid-19 foi um momento definitivo para o salto do comércio eletrônico. Em 2020, por exemplo, o setor aumentou o faturamento em 80,9% em comparação ao ano anterior — último antes da crise sanitária. Foi uma elevação quase quatro vezes maior do que a registrada entre 2018 e 2019. Desde então, o e-commerce sustentou esse avanço das receitas, ainda que não na mesma velocidade. O ano de 2023 foi o segundo em que o volume total ficou acima dos R$ 200 bilhões.

 

Mas não só isso: segundo a Entidade, fatores que, antes, exerciam um papel decisivo no reforço da preferência dos consumidores pelo varejo físico — como o longo prazo de entrega dos produtos comprados online, a insegurança em disponibilizar dados bancários na internet e o próprio acesso da população à modalidade do cartão de crédito — foram superados. As empresas do e-commerce diminuíram substancialmente esses intervalos logísticos, às vezes entregando os itens no mesmo dia da compra, e criaram estruturas financeiras mais confiáveis para pagamentos. Em paralelo, o cartão assumiu lugar importante no orçamento das famílias brasileiras.

 

DAVA PARA CRESCER MAIS?

Por outro lado, as entidades entende que havia espaço para uma alta ainda mais forte no ano passado, o que não se confirmou por uma série de fatores, desde a conjuntura econômica — marcada pela inadimplência da população (24% das famílias paulistanas conviveram com contas atrasadas no primeiro semestre daquele ano) e por juros altos, que encareceram a tomada de crédito.

 

Como esse contexto mudou em 2024, a previsão é de que o comércio eletrônico volte a registrar um número recorde de vendas ao fim deste ano. Conta para esse otimismo, por exemplo, a elevação das receitas do varejo físico no primeiro semestre (5,1%), aliada a uma inflação controlada, uma taxa de desemprego baixíssima (6,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo o IBGE) e, por consequência, uma massa de renda maior das famílias.

 

SÃO PAULO COMO MAIOR MERCADO

Os dados da FecomercioSP  e Sincomercio Itapetininga ainda mostram que São Paulo é o maior mercado consumidor de produtos no e-commerce, assim como é de onde sai a maior parte das vendas para outras unidades federativas, levando em conta apenas transações realizadas por empresas sediadas no Brasil e entre empresas e consumidores. No ano passado, 32% de toda a movimentação do setor, em nível nacional, foi realizada em São Paulo. Em outras palavras, de cada R$ 100 que circularam pelo comércio eletrônico do País, R$ 33 passaram pelo mercado consumidor paulista.

 

Dois outros estados do Sudeste completaram esse pódio — Minas Gerais (R$ 23,1 bilhões, ou 11,3% de todas as vendas do e-commerce) e Rio de Janeiro (R$ 19,9 bilhões). De acordo com a Entidade, são dados que se explicam, dentre vários fatores, pela maior facilidade logística da região e pela sua participação mais intensa na composição do PIB brasileiro [tabela 1].

 

Da mesma forma, São Paulo é o maior emissor de produtos comprados online no País, em uma posição ainda mais determinante: um a cada dois itens intercambiados no e-commerce brasileiro sai do estado. Em termos porcentuais, esse volume chega a 48,5%

 

Trata-se de um fato já esperado, uma vez que a estrutura paulista foi fortalecida nos últimos anos, com grandes centros de distribuição construídos às margens de rodovias e aeroportos que figuram entre os melhores do Brasil — além de, no caso da malha aérea, permitir conexões com todos os outros estados.

 

 

Minas Gerais está na segunda colocação nesse quesito (12,3%) — que pode ser explicada pelos investimentos realizados na cidade de Extrema, na divisa com São Paulo, permitindo que o estado usufrua do amplo mercado consumidor paulista —, seguido pelo Espírito Santo (7,2%). No total, sete em cada dez produtos (73%) adquiridos na internet são enviados pela Região Sudeste, de acordo com os dados.

 

Nos últimos anos, as entidades  vem trabalhando para ajudar empreendedores atuantes no universo online a ampliar os canais de venda, por meio de orientações de como estruturar e-commerces e uma série de guias sobre formas de administrar, gerenciar e manejar fluxos de estoques e de caixas. Levando em conta que boa parte dos negócios do comércio eletrônico é formada por Pequenas e Médias Empresas (PMEs), esse é um assunto prioritário na agenda da Entidade.

 

 

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